A raposa faminta encontrou um cacho de uvas, mas um gambá pastorava sob o galho que o sustentava. Já fazia um tempo que o inverno tinha despejado seu frio tapete branco sobre a floresta. Silenciosamente, a raposa deu um pulo saindo dos arbustos cobertos de neve, abocanhando o pescoço do marsupial sem poupar violência. Mesmo se afogando com o próprio sangue, o gambá ainda conseguiu gritar:

— O cacho não era meu, mas eu dividiria as uvas com você. Nunca fui seu inimigo e nunca serei!

A raposa, entretanto, tinha perdido seu interesse nas uvas desde o primeiro pensamento carnívoro.