— Foi dito a você como as coisas funcionam por aqui? — perguntou o porco.
— Ouvi falar — disse Fernando.
Ele não conseguia ver nada pela viseira do porco. Não havia conexão nenhuma ali, mas ele precisava fingir que ela estava lá, assim como o porco fingia todo o resto.
— Podemos cuidar dos peixes azuis por você — disse o porco, sorrindo e gesticulando para um outro Fernando.
Todas as facetas do cavalo eram muito contidas, e esta não era diferente; só que em comparação com os outros, ela também não era muito diferente.
— Como se sente, jovem? — perguntou o porco, batucando a prancha da desvirtude.
"É tudo um grande migué", pensou uma das facetas de Fernando, aquela que fazia-se presente ali só na meia-medida.
— Parabéns! — disse o porco, enquanto recebia as gratificações pela retaguarda da prancha — Em menos de um mês, o mundo será seu.
Os peixes estavam mortos, terrivelmente mortos.
"Eles não sabem o que fazem", pensou Fernando — finalmente Fernando! — consigo mesmo ao descer da carruagem italiana.