Quando certa manhã Gregório de São Sá acordou de sonhos com muita sacanagem, encontrou-se em sua cama metamorfoseado em um boto-cor-de-rosa até que charmoso. Ergueu o corpo para relaxar o braço, dormente, depois de uma noite inteira sendo sufocado pelo longo corpo rosado que havia tomado posse. Levantou a majestosa nadadeira esquerda para apreciar a sua nova forma. Tentou deitar de costas, rolando para o outro lado, mas uma dor aguda o jogou de volta à posição original. Não era um tanto desagradável a sensação de ter duas pranchas agregadas ao seu corpo, poderia muito bem conviver com aquilo, mas seu chefe certamente não entenderia seu atraso.

"Agora lascou", pensou.