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Bati à porta três vezes. Um cervo bem-vestido me atendeu.

— Professor Olavo? — eu perguntei.

— Certamente —, ele respondeu. — Eu deveria conhecer você?

— Não, apenas faço entregas em nome da Confederação.

Abriu passagem e me convidou para entrar com os braços, inclinando o corpo um pouco ao ponto de parecer estar se curvando perante a mim.

— Entre, por favor.

Pálpebras cansadas e um aparente capricho. Ele realmente não parecia mais do que um professor, então eu não me senti pressionado a encaixar-me nas formalidades que costumava reger a minha apresentação em serviço. Naturalmente, eu deveria recusar o convite por ser um agente governamental, mas eu sempre fui péssimo com protocolos estatais.

— Chá ou café? — ele perguntou.

— Café — eu respondi.

— Máquina ou coador?

— No coador é mais forte.

Ele chegou a me oferecer biscoitos. Eu sentei no sofá e esperei o café. Quando ele saiu, apreciei a sala. Era de uma moda rústica modernizada, como aquelas que é de costume se ver em filmes que se passam na Terra. Espaçosa e aconchegante, ela fazia eu me sentir em casa. Mesmo sendo completamente distinta da sala em minha casa, ainda assim eu me senti em casa.

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